Os adultos sabem que os olhos são dos órgãos mais sensíveis e complexos do corpo humano e que por isso têm de ser protegidos, mas as crianças e adolescentes, devido à sua imaturidade, demoram mais tempo a compreender a necessidade de cuidar da saúde em geral e higiene visual, em particular. Resultado? Cabe aos pais, encarregados de educação, médicos, oftalmologistas e optometristas, incutir as melhores dicas em tenra idade, de forma a que os pequeninos acabem por seguir as recomendações de forma espontânea pelo resto da vida.
Higiene visual é um conjunto de regras muito fáceis de seguir, que têm por objetivo controlar os fatores que podem causar um efeito prejudicial à visão.
Toda! Lá diz o ditado que “de pequenino é que se torce o pepino” e a verdade é que a adoção, logo na infância, de cuidados de higiene visual pode evitar alguns problemas, particularmente, aqueles que advêm dos novos hábitos visuais, como a grande utilização de computadores e smartphones. As consequências destes novos comportamentos podem ser negativas para a visão das crianças, mas, felizmente, também podem ser minimizadas com algumas dicas de higiene visual.
Apesar dos mais pequeninos já terem o hábito lavar o rosto logo de manhã, têm também de adotar cuidados de limpeza com os olhos. E isso significa, lavá-los muito bem, com água fria corrente, incluindo pálpebras, sobrancelhas e pestanas. Estes hábitos de higiene diários vão ajudar a prevenir, ou diminuir, a intensidade de algumas doenças relacionadas com os olhos, como alergias oculares, blefarites ou conjuntivites.
É muito importante explicar às crianças que devem evitar coçar os olhos, particularmente se estiverem com as mãos sujas. Tais gestos, podem causar algumas micro-lesões oculares, provocando irritações e inflamações, como a conjuntivite.
A partir do primeiro ano de vida, sensivelmente, é importante que as crianças visitem um optometrista pediátrico de forma regular, para que se possam detetar atempadamente problemas visuais. E esta dica é particularmente importante para crianças ou adolescentes com historial familiar de problemas oculares, que devem fazer exames mais detalhados e com mais regularidade.
Mesmo as crianças mais pequenas já manifestam sinais e sintomas típicos de pequenos problemas oculares, como produção de secreção, lacrimejamento constante, vermelhidão e visão desfocada. Em qualquer um destes casos, aconselha-se uma visita ao oftalmologista ou optometrista pediátrico.
Quantas crianças e adolescentes não gostam de usar os óculos mesmo vendo melhor com eles? É por isso que devem ser os pais e educadores a incentivar a utilização, não como uma obrigação, mas como um benefício, mostrando todas as vantagens dos óculos e, se possível, investindo numa armação moderna e colorida, até porque existem cada vez mais opções de óculos para crianças no mercado. É muito importante a criança gostar da armação, assim irá utilizar os óculos com muito mais gosto! E depois do hábito ficar enraizado, é importante que os mais pequenos aprendam a fazer a limpeza adequada dos óculos e a guardá-los no estojo próprio para evitar danos nas lentes ou na armação.
A chamada ergonomia visual é essencial para garantir a saúde ocular e deve ser implementada em casa, com pequenos pormenores e de forma bem simples para evitar ou minimizar o surgimento de sintomas como cansaço ocular, dores de cabeça e dores musculares associadas a uma má postura. Nesse sentido, devem-se providenciar as melhores condições em ambiente de estudo ou de lazer: investir numa boa iluminação, incentivar a uma posição adequada entre a mesa, cadeira e altura da criança, verificar se o monitor do computador não está virado para locais de grande luminosidade e atentar à distância a que a criança está dos livros e ecrãs (não deixar aproximar muito dos olhos).
Não há como negar! Atualmente as crianças e adolescentes passam menos tempo em atividades ao ar livre e mais tempo em frente a ecrãs e monitores. Por esse motivo, é importante controlar as horas de utilização de equipamentos eletrónicos e a distância a que estão dos ecrãs, já que o contacto direto e prolongado pode causar irritação e secura ocular e fadiga visual.
É igualmente importante, para preservar a saúde visual, impedir as crianças de ver televisão muito perto, pois pode fomentar o aparecimento de algumas ametropias e provocar algumas queixas, como dores de cabeça. Também é importante que se regule a luz da televisão de acordo com a luz ambiente e recomenda-se fazer algumas pausas durante a sua utilização.
Na verdade, e em prol da saúde visual, não há nada como evitar os ambientes confinados e incentivar as brincadeiras ao ar livre, mas atenção! Em dias de sol, cuidados redobrados, porque a radiação ultravioleta pode causar efeitos nocivos aos olhos das crianças (adolescentes e adultos, também). Nesse sentido recomenda-se o uso de óculos de sol para crianças com proteção contra raios UV.
Uma boa higiene visual também passa por uma alimentação saudável que favoreça todos os órgãos, inclusive os olhos. Alimentos ricos em luteína (espinafre, couve, milho, gema de ovo), ômega-3 (peixe) e fontes de vitamina C (frutas cítricas), são particularmente importantes para a otimização da visão. Além disso, as crianças vão gostar de ver os pratos coloridos e vão ingerir os nutrientes necessários à sua saúde e bem-estar!
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